quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Homem e adolescente de 16 anos estupram técnica em enfermagem grávida

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Vítima, que está grávida de seis meses, foi violentada a caminho do trabalho. Acusado estava em liberdade condicional após cumprir oito anos por estupro
Uma técnica em enfermagem, grávida de seis meses, foi estuprada por dois homens no interior da Bahia. A jovem de 27 anos estava a caminho do trabalho, no hospital do município de Itatim, localizado a 208 quilômetros de Salvador, quando os acusados assaltaram e violentaram a mulher. De acordo com o titular da Delegacia de Castro Alves, Adilson Bezerra, a vítima esperava por um ônibus em posto de gasolina da cidade de Santa Terezinha quando decidiu viajar em um ‘ligeirinho’ – uma espécie de transporte clandestino – para chegar mais cedo no trabalho.
Cledson dos Santos Souza, 32 anos, dirigia o veículo acompanhado pelo filho, um adolescente de 16 anos. Durante o percurso, os acusados desviaram da rodovia e entraram em uma estrada rural, onde anunciaram o assalto e ameaçaram a técnica com uma peixeira.
“Ela prontamente entregou o celular e toda a quantia de dinheiro que portava”, relata o delegado Bezerra. “Foi no momento que a vítima implorou para não ser morta porque estava grávida – ela chegou a mostrar a barriga de seis meses, que já está grandinha – que eles decidiram estuprá-la”.
O adolescente passou para o banco de trás e começou a violentar a mulher, enquanto o pai dele a ameaçava com a peixeira. Com medo de perder o bebê, a técnica em enfermagem não resistiu.
“Ela nos contou que permaneceu parada, e que só fazia chorar, porque estava com medo da criança morrer ou pior – de eles matassem o bebê caso ela tentasse lutar”, disse o titular. “Após o adolescente terminar, ele pegou a arma do pai, que também abusou da mulher. A vítima ainda foi abusada mais uma vez pelo rapaz, e nenhum dos homens usou preservativo”.
Com o fim da violência, os acusados discutiram sobre como matar a técnica em enfermagem. “Só que ela, em uma atitude inteligente e corajosa, conseguiu convencê-los a não cometer o crime. Ela [a grávida] disse que não tomaria nenhuma atitude para denunciar o estupro, e ofereceu o endereço dela como garantia da sua promessa. No final, eles acreditaram nela e foram embora, abandonando-a na estrada de terra”.
A jovem pegou uma carona para Itatim, onde procurou a Delegacia de Polícia Civil da região, em Castro Alves, e denunciou o crime. A vítima passou por um exame de corpo de delito que constatou o estupro, e foi medicada.
“Há informações ainda não confirmadas de que o Cledson seria portador do HIV. Por conta disso, a grávida foi medicada com um coquetel que pode reduzir as chances dela contrair a doença, caso este fato fique comprovado. Ela deve fazer exames e também está sendo acompanhada por médicos, com o objetivo de garantir que ela não perca o bebê como resultado da violência”, afirmou.
Após a denúncia, os acusados foram encontrados dentro de casa, no município de Santa Terezinha. Cledson foi preso em flagrante e o adolescente de 16 anos foi apreendido pela polícia. Junto com a dupla foi encontrado a arma utilizada durante o estupro para ameaçar a vítima. O celular da técnica, que já tinha sido vendido pelo pai e filho, conseguiu ser recuperado pelos agentes.
“O Cledson confessou o crime friamente, em detalhes, e sem mostrar arrependimento em nenhum momento”, conta o delegado Adilson Bezerra. “Ele ainda ficou indignado porque a vítima tinha lhe dito que não iria procurar a polícia, mas acabou denunciando o caso”.
O acusado estava em liberdade condicional após cumprir oito anos em um presídio da região, também pelo crime de estupro. Ele vai responder desta vez pelos crimes de roubo, estupro e corrupção de menores, porque o filho dele de 16 anos também participou da agressão. Ele está preso na carceragem de Santa Terezinha enquanto aguarda julgamento.
Já o adolescente vai ser encaminhado nesta quinta-feira (29) para uma casa de acolhimento ao menor no município de Feira de Santana, onde deve permanecer por 45 anos. Ainda de acordo com a polícia, ele será posto em liberdade caso não seja julgado durante este período. Se for condenado, o rapaz pode cumprir uma pena de internação de até três anos.
A técnica em enfermagem e a criança passam bem, e a moça está sendo acompanhada por psicólogos da região.
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Correio