quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Morre arquiteto Oscar Niemeyer aos 104 anos no Rio


O arquiteto Oscar Niemeyer concede entrevista à Reuters em seu escritório no Rio de Janeiro em junho de 2003. Ele morreu nesta quarta-feira aos 104 anos. 16/06/2003 REUTERS/Sergio Moraes
RIO DE JANEIRO, 6 Dez (Reuters) - O arquiteto carioca Oscar Niemeyer morreu aos 104 anos na noite da quarta-feira, no Rio de Janeiro, devido a uma infecção respiratória, afirmou o hospital onde estava internado desde o início de novembro.
Lúcido até o dia de sua morte, o arquiteto planejava voltar para casa e seguir trabalhando, mas na manhã da quarta-feira, devido a um quadro de infecção respiratória, não resistiu. Niemeyer acabou morrendo às 21h55.
"Ele tinha uma obsessão pelo trabalho. Ele sempre falava muito que precisa voltar para o escritório logo, que ele tinha projetos atrasados. Então acho que isso fez ele chegar tão longe, e ele tinha esse entusiasmo que ele nunca perdeu", afirmou o sobrinho Paulo Niemeyer a jornalistas na porta do hospital, pouco depois da morte.
O arquiteto foi internado com problemas renais e hemorragias digestivas no início de novembro, mas desde terça-feira seu estado de saúde estava se deteriorando.
"Oscar Niemeyer vinha desde ontem (terça) já apresentando sinais de piora, piora do exame laboratorial, infecção respiratória. Hoje pela manhã (quarta) apresentou insuficiência respiratória, teve que se entubado, ventilado por aparelho. E agora à noite ele não tolerou e veio a falecer", afirmou a jornalistas o médico Fernando Gjroup.
Segundo o médico, cerca de dez familiares estavam com o arquiteto no momento de sua morte.
"Foi uma lástima. O Oscar para mim foi o maior artista brasileiro não só como arquiteto, mas como escultor, escritor, muito sensível", disse a mulher dele, Vera Lúcia Cabreira.
Essa foi a terceira internação de Niemeyer neste ano. O arquiteto, que completaria 105 anos no dia 15 de dezembro, foi hospitalizado em maio com infecção respiratória e desidratação. Voltou ao hospital em outubro após se sentir mal e ter nova desidratação e, por último, teve de ser internado no mês passado.
"Ele tinha horror (da morte) e por isso mesmo nós fomos tão longe no tratamento, porque ele esteve sempre acordado, lúcido e nunca quis desistir", disse Paulo Niemeyer.