País contabiliza 204.640 casos da doença desde o início do ano, contra 70.489 notificações em 2012
O
número de casos de dengue registrados no Brasil em 2013 aumentou 190%
em comparação ao mesmo período do ano passado. Nas primeiras sete
semanas do ano, foram confirmados 204.640 casos da doença em todo o
País, ante 70.489 notificações em 2012. Os dados foram divulgados nesta
segunda-feira pelo ministro Alexandre Padilha, da Saúde.
"Sem dúvidas que temos epidemia de dengue. Todo verão
temos. Oito Estados concentram mais de 83% dos casos nessas sete semanas
do ano. Aqueles Estados e municípios que não estão classificados como
epidemias, não podem descuidar da prevenção e do combate", alertou
Padilha.
Mato Grosso do Sul é o Estado com maior número de casos
de dengue registrados. Foram 42.015 notificações contra 35.334 do
segundo colocado, Minas Gerais. Goiás aparece em terceiro, com 27.376
notificações. Segundo Padilha, a maior incidência da doença está nas
regiões Centro-Oeste e Sudeste.
Quando se leva em consideração o número de habitantes,
Mato Grosso do Sul continua no topo da lista. A cada 100 mil habitantes,
1.677 tiveram dengue entre 1º de janeiro e 16 de fevereiro, um aumento
de 4.757% na comparação com 2012. Ainda em relação à incidência, Goiás é
o segundo Estado com maior número de casos de dengue em comparação com o
número de habitantes. Foram 444 a cada 100 mil, pouco acima do Acre,
terceiro lugar da lista, que registrou 410 notificações em cada 100 mil
habitantes.
Queda nas mortes
Apesar do aumento no número de notificações, o ministro Alexandre Padilha comemorou a redução de 20% no número de mortes relacionadas à dengue em comparação às sete primeiras semanas de 2012. A redução foi ainda maior na comparação com 2010, chegando a uma queda de 77% no número de óbitos.
Apesar do aumento no número de notificações, o ministro Alexandre Padilha comemorou a redução de 20% no número de mortes relacionadas à dengue em comparação às sete primeiras semanas de 2012. A redução foi ainda maior na comparação com 2010, chegando a uma queda de 77% no número de óbitos.
Em relação aos casos graves, que acabam resultando em
internações, a redução foi de 44% em relação ao ano passado e de 91% na
comparação com 2010. Padilha alerta, no entanto que os dados não podem
ser considerados como uma queda na prevenção e combate à doença.
O ministro creditou as reduções de mortes e casos graves
da doença pela melhoria da assistência prestada à população e a
antecipação de ações, como o repasse de verba adicional para o combate
da doença. "Não existe dúvida: a redução se deve à ampliação dos
serviços e à redução no tempo de espera de diagnóstico e tratamento",
disse.
Vírus tipo 4
O vírus tipo 4 da dengue, que era raro até 2011, já é o que mais circula no País. Foi ele que causou o maior número dos casos registrados nesse começo de ano. Em segundo lugar, aparece o tipo 1,o tipo 2 e o tipo 3. Segundo o Secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, a circulação do novo tipo de vírus é preocupante.
O vírus tipo 4 da dengue, que era raro até 2011, já é o que mais circula no País. Foi ele que causou o maior número dos casos registrados nesse começo de ano. Em segundo lugar, aparece o tipo 1,o tipo 2 e o tipo 3. Segundo o Secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, a circulação do novo tipo de vírus é preocupante.
"Toda vez que a gente tem um novo sorotipo chegando num
Estado onde nunca circulou, ele encontra uma população suscetível. O
País todo está suscetível, porque praticamente ninguém na população
teve, o DENV-4 nunca tinha circulado no Brasil. Mas esse fator a gente
não controla, o sorotipo de espalha por todo País", afirmou Barbosa,
admitindo que não há ações específicas para combater esta cepa do vírus
no Brasil.
A presença dos quatro tipos diferentes do vírus é uma
ameaça a mais para a saúde pública. Cada pessoa só pode ter dengue uma
vez por cada tipo do vírus. Isso significa que quem já teve dengue
devido ao vírus tipo 1 só pode ter a doença novamente se for infectado
pelos tipos 2, 3 ou 4. Como o tipo 4 vem se espalhando com mais rapidez,
aumenta na mesma proporção o risco de epidemia generalizada.
Segundo Jarbas Barbosa, caso ocorra um segundo episódio
da dengue, os sintomas se manifestam com mais severidade, o que é um
problema. Pode causar inflamações e, por isso, aumenta o risco de lesões
nos vasos sanguíneos, o que levaria à dengue hemorrágica. Um terceiro
episódio poderia ser ainda mais grave, e um quarto seria mais perigoso
que o terceiro.