sábado, 6 de abril de 2013

Vazamento de óleo em São Sebastião chega à enseada de Caraguatatuba

Equipes da Petrobras seguem trabalho de contenção durante a madrugada.
Comerciantes e turistas foram prejudicados pelo vazamento neste sábado.


Funcionários da Petrobras trabalham na remoção de vazamento, em São Sebastião. (Foto: Jorge Mesquita/Estadão Conteúdo)Funcionários da Petrobras trabalham na remoção de vazamento, em São Sebastião. (Foto: Jorge Mesquita/Estadão Conteúdo)
A Capitania do Portos de São Sebastião informou no fim da tarde deste sábado (6) que o óleo que vazou de uma das redes do píer do Terminal Aquaviário Almirante Barroso (Tebar) da Petrobras chegou à enseada de Caraguatatuba, que fica cerca de 10 quilômetros distante da origem do incidente.

Inicialmente, a mancha que atingiu a enseada de Caraguatatuba tinha cerca de três quilômetros de extensão, mas ela se dividiu. Uma parte dela está localizada próxima à Praia da Enseada, em São Sebastião, e a outra no Rio Juqueriquerê, no limite entre as duas cidades.

De acordo com o delegado da Capitania dos Portos, Alexandre Motta de Sousa, o fato da mancha de óleo ter chegado à enseada de Caraguatatuba não quer dizer que as praias da cidade serão também atingidas. Mesmo assim, os funcionários da Petrobras devem continuar com o trabalho de contenção do material durante a noite deste sábado e a madrugada deste domingo (7).

"Eles vão continuar trabalhando durante o período noturno e a madrugada, é claro com uma equipe reduzida, mas vão seguir. Estão instalando geradores para manter luzes acesas nas praias da Enseada e das Cigarras para ajudar na visualização noturna. Amanhã (domingo) devem fazer um novo voo pela região para fazer uma nova análise", disse ao G1.

Em São Sebastião, a balneabilidade das praias do centro ao norte da cidade estão comprometidas. Desde o início da tarde, a Vigilância Sanitária orienta que os banhistas evitem nove praias na cidade.

"A continuidade do trabalho é importante para não deixar essa mancha em movimentação se desgarrar, pois ela pode sujar outras praias, inclusive as de Caraguatatuba", afirmou Sousa.

A Delegacia da Capitania dos Portos em São Sebastião está acompanhando as ações e vai instaurar inquérito para apurar as causas. De acordo com Sousa, o trabalho de remoção ainda deve levar pelo menos mais um dia. "É difícil estimar um tempo para remoção completa do óleo, mas isso depende muito do tempo, de condição da corrente marítima, uma série de fatores. Hoje, o tempo ajudou. A corrente não estava forte, não teve ventos, o tempo ajudou", explicou Sousa.

Prejuízos
O vazamento também prejudicou comerciantes e turistas. Eli Humberto, que tem um quiosque na Praia das Cigarras até fechou o estabelecimento por falta de clientes. "Os turistas que tinha foram saindo e então estou até fechando o comércio, porque não adianta ficar aqui", afirmou.

Já a dona de casa Viviane Souza, que saiu da capital paulista com o marido e os dois filhos, teve que mudar os planos. "É uma decepção grande, principalmente para as crianças. Estavam na expectativa de tomar um banho de praia, curtir o fim de semana, deixa para a próxima", disse.
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Arte - Praias atingidas por vazamento de óleo em São Sebastião (Foto: Editoria de Arte/ G1)
Avaliação
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) enviou neste sábado (6) uma equipe de emergência a São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, para avaliar possíveis danos ambientais provocados por um vazamento de óleo.

A equipe de emergência enviada ao município acompanha os trabalhos de contenção e remoção do óleo, mas ainda não deve definir um tipo de penalidade à Petrobras. Após a finalização do trabalho, a empresa deve fazer um relatório sobre o que aconteceu e somente a partir daí a Cetesb irá definir uma possível punição, que pode ser tanto uma advertência quanto uma multa.

Vazamento
O vazamento de óleo foi detectado pela Transpetro por volta das 17h50 de sexta-feira (5) e comunicado à Cetesb  às 18h.  Desde então a empresa realiza ações de contenção e remoção das manchas.

O vazamento já foi controlado, mas é preciso remover as manchas de óleo que se espalharam pela orla. Foram lançadas barreiras de contenção e estão sendo utilizados helicópteros na identificação de eventuais manchas de óleo que possam ter escapado desses limites.

Outro lado
Por meio de nota, a Transpetro confirmou que o trabalho continuará durante a noite de sábado e a equipe estará mobilizada até o encerramento completo da limpeza. Veja a íntegra da nota abaixo:

A Transpetro informa que registrou um vazamento de combustível marítimo no píer do Terminal Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião (SP), no final da tarde de sexta-feira (05/04/2013). O foco do vazamento foi rapidamente controlado.

As equipes de contingência foram acionadas de imediato. Ao longo da noite e durante todo o sábado, atuaram na remoção do produto que vazou. No local da ocorrência, no entorno do píer, o processo de limpeza foi concluído nas primeiras horas da manhã.

Os profissionais mobilizados pela Transpetro concluíram, durante o dia, os trabalhos de limpeza das praias Deserta, Pontal da Cruz, Portal da Olaria e Ponta do Lavapés. Equipes de contingência permanecerão no local para recolhimento de eventuais resíduos trazidos pela maré.
Na tarde de hoje, a mancha atingiu a Praia das Cigarras. Equipes estão no local trabalhando na contenção e remoção do produto.

A Transpetro disponibilizou todos os recursos necessários para remover o combustível, estando mobilizadas 300 pessoas e 37 embarcações, como Egmopol, usada no recolhimento e armazenamento do produto, e outras  para lançamento ao mar de vários tipos de barreiras de contenção e de absorção, além dos diversos veículos de terra.

Os trabalhos não serão interrompidos durante a noite e a equipe estará mobilizada até que seja encerrada toda a operação de limpeza.
As causas do incidente estão sendo apuradas. A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) foi comunicada e os técnicos do órgão ambiental acompanham os trabalhos de limpeza. A Transpetro também comunicou todas as autoridades competentes.
Primeiro caso
Em 6 de setembro do ano passado, uma carreta da Petrobras tombou na SP-55 (Rodovia Doutor Manuel Hipólito Rego)  e provocou o vazamento de 15 mil litros de óleo diesel. O material chegou ao córrego Canto do Moreira, situado no lado sul da praia de Maresias, também em São Sebastião. O problema interditou um trecho de 800 metros quadrados da praia para os trabalhos de remoção do óleo.

Cinco dias depois do acidente, a Petrobras e a Cooperativa de Transportes Rodoviários do ABC foram multadas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) em R$ 92.218,44, cada uma. O valor da multa correspondia a 5.001 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo.

g1